Sunday, October 30, 2005

Inconveniente



Ficou horas pensando no canalha
Mas que amor
Era de se matar
Levou sua marca nas digitais

Monday, October 24, 2005

Eternamente


Pixinguinha foi um dos mais geniais músicos brasileiros de todos os tempos. Andava sempre com um paninho onde havia o desenho de um teclado de piano. Quando estava longe de um instrumento, abria esse pano e começava a compor onde estivesse. Fez inúmeros acordes e melodias que imortalizaram a sua obra a partir desse pedaço de pano. Que sonho. Tipo da coisa que jamais conseguiremos, coisa que nenhum dinehiro poderia comprar. Tom Jobim o admirava muito e um dia em sua casa disse que a obra do velho Pixinga - assim como a Bossa Nova - tratava-se de música eterna, um verdadeiro clássico. Dizia o maestro, "os classícos, como acontece com a música erudita, passaremos séculos e séculos tocando, tocando...".

Wednesday, October 19, 2005

Clássico


Para os que gostam de rock ou simplesmente de boa música aconselho Teenage Fanclub, qualquer disco. O nome da banda também é ótimo. Nós os trintões somos todos fãs dos teenagers, principalmente quando queremos despirocar e precisamos de uma boa razão pra isso. Minha dose diária de 30g de fluoxetina cloridrato que o diga, básico.

Thursday, October 13, 2005

Surf


Do mar não se deve ter medo nem ser tão íntimo, apenas devemos respeitá-lo. Quando a ressaca é muito forte, por exemplo, não precisamos ficar longe da água pois não podemos deixar de desfrutar o prazer de estar envolto dela. É bom saber também que o mar é sedutor, traiçoeiro e não responde por seus atos. Não se vê o fim daquilo que é a coisa mais fascinante que podemos tocar. Ondas são únicas, podemos desfrutar de cada uma delas apenas uma vez na vida e nunca mais. Nem sempre conseguimos deslizar por sua concavidade mais perfeita, mas fazemos de tudo para estarmos em harmonia com todos os movimentos das águas para não desperdiçar um só segundo de prazer. Tal deleite custa um árduo caminho até além da arrebentação, nada nessa vida é tão fácil, e quando lá estamos, é só o começo de uma louca alucinação: a onda perfeita. Ela é só uma, uma paixão, um amor, que passará por ali a qualquer momento. Os olhos devem estar atentos ao horizonte, os instintos apurados, a respiração de acordo com os movimentos, músculos relaxados e descansados prontos para aquele momento. Passamos de um lado a outro por entre massas d’água que se deslocam com força e velocidade, mas se não for a forma certa as desprezamos. Se aquela for ideal, colocamos em prática – quase – todas as nossas virtudes para que possamos estar com ela. E ela sempre aparece. Linda, majestosa, brilhando, em forma perfeita. Nadamos até ela, nos posicionamos no melhor local possível para que sejamos levados prazerosamente por tempo indefinido. Braçada após braçada, em cima dela, tudo tem de funcionar, não percebemos quanto esforço está sendo feito, continuamos até sentir que estamos fluindo envolvido com a sua velocidade e que não é mais necessário nadar, somente deslizar sobre ela. Isso não torna as coisas mais simples, pois, temos que saber onde nos colocarmos a cada momento de sua formação. Manter o equilíbrio, a serenidade e, acima de tudo, saber desfrutar o prazer de estar ali até o final, porque uma hora há o final. Em outros casos, pode-se nadar em sua crista com todas as forças, mas não é possível de se envolver nela completamente. Sente-se até um início de movimento sobre aquela massa viva como se fosse deslizar com pura espontaneidade e num lapso de infortúnio – não se sabe como – ela passa e ficamos para trás. É uma cena melancolia ver ela indo embora deslocando-se de forma perfeita, adornada com véu de borrifo branquinho e brilhante. Geralmente, quando isso acontece, seu deslocamento foi tão adiante que acaba se encontrando no meio da zona de arrebentação. E aquelas espumas enormes das ondas que vinham em seqüência lhe punem com enormes caldos. Particularmente, adoro essa parte de ficar sendo jogado de lado para outro dentro do mar, maior interação não há. Depois de tanta surra e decepção nada mais resta que olhar novamente aquele horizonte em movimento e tornar a passar a arrebentação.

Vai entender...


Sai para tomar umas cervejinhas com os amigos. Bebemos até o limite, rimos a noite toda, balanceando as coisas da vida. Quando chego em casa a mulher está com uma tromba deste tamanho. Cara fechada, olheiras. No dia seguinte nem bom dia nem o simpático café costumeiro. Me senti péssimo, culpado. Na semana seguinte, coincidentemente também numa quinta-feira houve um grande serão na empresa. Foi um trabalho de cão. Tivemos que refazer todas as planilhas, cálculos, textos; discussões durante a madrugada. Três e maia da manhã caiu a rede. Chama o japonês. Retomamos às cinco e só conseguimos concluir o fardo com o sol já forte. Cheguei em casa exausto, amassado e contei à mulher com detalhes o périplo daquele horror. Ela me deu um beijo, tirou o meu terno e pendurou-o com delicadeza. Enquanto eu relaxava no banho de banheira que estava ponto, ela preparou um suculento sanduiche de pernil acompanhado de um refrescante suco de caju. Massageou sutilmente minhas costas já na cama cheirosa e fechou bem as cortinas. Me senti péssimo quando, no dia seguinte, passei a questionar que tipo de vida ela queria para mim.

Tuesday, October 11, 2005

Yes, Sir!



O que nem a mídia nem os partidários do Sim dizem é o seguinte: Está em vigor neste país há pouco menos de um ano a Lei que proibe a comercialização de armas de fogo. Após a promulgação da mesma constatou-se que diminuiu drasticamente o número de mortes ocorridas pelo uso dessas armas. Por isso a tal consulta popular chama-se referendo e não plebiscito ou qualquer outra coisa que o valha. A pesrgunta é: se você é a favor que essa Lei continue vote Sim; se quer que ela seja vetada faça o contrário. A Lei foi apresentada, votada e aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Em seguinda foi sancionada pelo presidente da República com a anuência da população. Portanto, meus caros, nós que queremos viver numa democracia temos sempre que ficar atentos a esse tipo de golpe que nos cerca.

Sunday, October 09, 2005

Submer Gente


Impossível de se ler os jornais de domingo. Só de olhar para eles me dá clafrios. O pior é que o que neles contém será assunto amanhã nas ruas. Compêndio de más informações mal tratadas. Meia informação é pior do que nenhuma. Quando não é a forma o problema é o seu conteúdo. Em vez de ler "padre morre durante greve de fome contra transposição do rio São Francisco", vejo que o mesmo se vende por um naco de rapadura, e estamos conversados. Imegine, nem possuidores das ordens sacerdotais têm mais fé. Na página seguinte dizem que o Brasil é um país em desenvolvimento - há meses, anos. É mentira, não sei de onde tiram essas pérolas. Um pouco de Hax faria bem ao domingo se não desse tanto sono. Na verdade, hoje senti falta da musa que sem dúvida diria: "Nossa, hoje eu estou péssima!!!"

Saturday, October 01, 2005

Não adianta chorar


Um brinde a Antônio Maria. Jornalista, escritor brasileiro de mão cheia que fora atacado por agentes do governo repressor e teve suas mãos pisoteadas por escrever artigos que celebravam a liberdade de expressão. No dia seguinte ao esmigalhamento, ele escreveu em sua coluna no jornal: "Que bobos, eles acham que eu escrevo com as mãos".



E, para brindar Antônio Maria, lhes ofreço:



DERRADEIRA PRIMAVERA
Põe a mão na minha mão
Só nos resta uma canção
Vamos, volta, o mais é dor
Ouve só uma vez mais
A última vez, a última voz
A voz de um trovador
Fecha os olhos devagar
Vem e chora comigo
O tempo que o amor não nos deu
Toda infinita espera
O que não foi só teu e meu
Nessa derradeira primavera
Tom&Viní